domingo, 4 de março de 2007

(pura questão de escala)


Começo falando sobre a questão das escalas. Como “a noção de escala” se tornou tão peculiar a mim neste momento da vida. Não pelo costume da profissão, não pela arquitetura. A arquitetura me serve na medida que reforça o conceito bruto e faz com que de alguma maneira eu me aproxime mais de uma vaga noção de escala, uma noção que vá um pouco além do perto e do longe, do longo e do curto. Conheço a diferença e sei como isso é tão relativo. Relativo na vida.

Como posso me sentir em casa tão longe de casa? Quando ainda morava na minha primeira casa, sempre imaginei como seria estar longe. Tentava medir sensações e atitudes pela possível independência do estar longe.

Nesse momento da vida, o “longe” costuma ser tão perto...Hoje estou há muitos mil km de distância de todas as casas pelas quais já passei, mas não me sinto, por assim dizer, “longe” de casa.

É como se “longe” fosse ficando cada vez mais “perto”. O longe fica perto... é isso. E qual é o limite? Há? Quando passarei a não me sentir em casa? Quando? Qual é o limite? O longe passa a ser uma novidade normal... Sem crise nem drama aparente. Aparente.

Pura questão de escala.
por Priscilla

Um comentário:

misha disse...

vc devia dar uma olhada: "a poética do espaço" gaston bachelard