terça-feira, 13 de março de 2007
Tem de tudo em Ciudad de Leste. Tem homem com dente de ouro te oferecendo “la farina” às 5 horas da tarde no meio da rua e mulher que trabalha com mula de carga ou carrinho de supermercado, por exemplo. Carrega caixas enormes nas costas ao longo da ponte, que ainda é uma ponte amiga – Ponte da Amizade, e num só arremesso, despeja tudo no Rio Paraguai pra alguma outra mula, desta vez uma mula-peixe, pescar tudo logo embaixo da aduana brasileira, a grande passagem fronteiriça com o grande emblema da Polícia Federal. Passamos como se fôssemos cães de rua. Ninguém olhou na nossa cara, nem tampouco dentro de nossas mochilas que a bem da verdade nada tinham. No máximo uns trocados pelos picolés que compramos pra vencer o maior calor que já senti.
Vimos brasileiros com a unha do dedo mindinho grande e cabelo tipo “Chitãozinho e Xororó” falando com propriedade da diferença entre um laptop Sony e um HP, as vantagens do CoreDuo Toshiba e jurando que a minha oferta anterior era uma furada.
Vimos muitas mulheres vendendo meias. Por todo lado te oferecem meias de lã, em plena sucursal do inferno de tão quente. Muitos árabes, donos de quase todas as lojas. Lindas crianças pedem “moneditas”1 50 vezes por minuto. Toca música brasileira. E tudo fecha às 5. A Aduana fecha às 5. O lixo aparece às 5:30. Montanhas e montanhas de lixo formam um tapete branco que de neve não tem nada. Neste momento, as moças trabalhadeiras estão voltando pra casa com suas micro-saias, dessas do tipo “tubinho”. No Paraguai é o que há.
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